7a. Edição – mar/abr 08

Caros leitores,

"Eu, que meditava ir ter com a morte, não ousei fitá la quando ela veio ter comigo."

- MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Memórias Póstumas de Brás Cubas

Maria Joaquina está cada vez maior. Contribuições de vários lugares do Brasil (e até mesmo internacionais, como se pode ver no nosso quadro de colaboradores). Devido ao grande número de produções enviadas, o trabalho para essa edição não foi pouco. O resultado está aí.

Voltando às provocações das edições anteriores, podemos lançar uma pergunta, já lançada há tempos: “Como resgatar o encantamento de um mundo que foi desencantado pela racionalidade formalizadora, a qual abriu caminho para a neutralização do real e a dessacralização da vida?” (Jobim e Souza, 1994). A atividade estética é um modo desse resgate. Descolar significações, olhar sob outros olhos, outrar-se. Será que não podemos (re)encantar esse mundo novamente? Ou mesmo desracionalizar? Tentar um outro modo, outro como. Me ver de lá, não de mim mesmo.

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Abrir espaços, (re)sacralizar a vida, talvez. Cansinos-Asséns, lembrado por J.L. Borges (2000): “escreveu um primoroso poema no qual pedia a Deus que o defendesse, que o salvasse da beleza, porque, dizia ele, ‘há beleza demais no mundo’. Ele achava que esse mundo era esmagado pela beleza.”. Será que a beleza está tão distante? Impacto da racionalização? Talvez a beleza realmente esteja em tudo e a todo momento. A tal ponto que tenhamos que ser salvos, como Cansinos-Asséns afirma. Talves esmagados pela beleza da racionalização na qual tenhamos nos envolvidos – o perder do tato. Quebrar o cotidiano, romper significações talvez esteja se tornando cada vez mais necessário – resgatar a dimensão criativa do homem.

Resgatemos!

Boas leituras!


JOBIN E SOUZA, S. (1994) Infância e linguagem: Bakhtin, Vigotski, Benjamin. Campinas: Papirus.
BORGES, J. L. (2000) Esse ofício do verso. São Paulo: Companhia das Letras.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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