Ode ao desapego

Bruna Martins Viana
edição 7

Entoar louvores a tais amores
semelhantes a espadas no peito
e faces marcadas de dez mil lágrimas
já congeladas?

Emprestar as dores das viúvas de Ílio
e tal qual Penélope em esperanças
colocar única alma em abandono
e castidade?

Glórias devem ser dadas aos libertos
de toda a mesmice chamada amor,
e liras vão tocar à grande arte
do desapego.

E quando habituados já estiverem
todos a um canto de solidão
a terra será toda paraíso
ou talvez não.

É necessária a autorização do autor para cópia de qualquer texto desta revista
Respeite os direitos autorais, cite a fonte.

Contato: revista@mariajoaquina.org