Muitos não consideram a fotografia uma arte. Assim como a escrita nem sempre tem uma finalidade primeira voltada à estética, a fotografia, em sua grande maioria volta-se à uma forma de lembrança e memoração de eventos, lugares, pessoas, etc.
"De-noite Ci chegava rescendendo resina de pau, sangrando das brigas e trepava na rede que ela mesmo tecera com os fios de cabelo. Os dois brincavam e depois ficavam rindo um pro outro."
- ANDRADE, Mário - Macunaíma
De forma semelhante ao surgimento da escrita (através de desenhos nas paredes das cavernas e assim por diante), a fotografia também se voltou a uma forma que tentava (e tenta) fixar movimentos do mundo. Em uma espécie de evolução histórica, passou dos desenhos, às pinturas em telas, esculturas até chegar à fotografia, surgida na Revolução Industrial, aprimorando-se cada vez mais até as altas tecnologias que encontramos hoje.
Um dos fatos de muitos não considerarem a fotografia uma espécie de arte está em sua aparente facilidade de reprodução, como se bastasse apenas apertar o disparador da máquina. Porém, na fotografia há uma série de símbolos organizados pelo artista. Esses elementos sígnicos passam a ser interpretados pelo leitor à sua maneira. Dessa forma, fotografar não é apenas um clique no disparador, é sim posicionar-se esteticamente frente a uma realidade, organiza-la de determinada forma, contrastar, agrupar – construir uma outra possibilidade de olhar.
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