9a. Edição – jul/ago 08

Caríssimos leitores,

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Não raro os famosos pseudo-hippies nas ruas movimentadas das grandes cidades sempre com seus motes de “gosta de ler poesias?” na tentativa de trocar um livreto caseiro de fotocópia por alguns trocados. Ser poeta ou mesmo escritor é cada vez mais fácil, tudo muito acessível, ainda mais com os versos livres e sua difusão (nem rimar mais é preciso!).

Bukowski (2006) já ironizava: “Eu queria ser escritor. Quase todos eram escritores. Nem todos acreditavam que podiam ser dentistas ou mecânicos de automóvel, mas todos tinham a impressão de que podiam ser escritores. Daqueles cinqüenta caras ali na sala, provavelmente quinze consideravam-se escritores. Quase todos usavam palavras e sabiam escrevê-las, isto é, quase todos podiam ser escritores. Mas a grande maioria dos homens, afortunadamente, não é composta de escritores, ou mesmo de taxistas, e alguns homens - muitos homens -, infelizmente, não são nada.”

"Ela ajeita a bolsa no ombro. Para ver o que tinha perdido, a blusa meio aberta, sem sutiã. Ali o negro Jesus, ele sim, crucificado de delícias entre os dois biquinhos róseos."

-TREVISAN, Dalton - Última Ceia. In: O Vampiro de Curitiba

A vontade não é tornar a literatura (ou sua pretensão) em algo elitista. Porém, a democratização exagerada causa prejuízos, pois tudo o que é feito em verso passa a ser poema (ou poesia). O mesmo pode ser estendido aos textos em prosa. Escrever bem e bons textos requer trabalho, estudo e muita leitura. Não se trata apenas de seguir tendências (ora, sejamos francos, as teorias do discurso já há muito desmistificaram tanto as concepções de sujeito autônomo quanto as que o vêem como completo produto do meio), mera reprodução para uma aceitação. Trata-se sim, de respeito e ética frente a um trabalho bem feito, um trabalho com dedicação e não como um produto de externalização, de uma alma inquieta, como se a linguagem fosse apenas um código de transcrição.

Valorizemos os bons trabalhos e nos empenhemos (perceba a pessoa do verbo! Também estamos aprendendo) em sua construção!

Maria Joaquina em sua 9a. edição!

Boas leituras!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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