2a. Edição – mai/jun 07

Olá, raros e caríssimos leitores!

Se a vida corre (ou exige-se que corra), por vezes transformando tudo em efemeridade, na ausência de uma atividade reflexiva sobre o que se faz. Brincar de si mesmo. Representar a si mesmo todos os dias, outrar-se. Necessidade?

"Por falar em galinha, a moça às vezes comia num botequim um ovo duro. Mas a tia lhe ensinara que comer ovo fazia mal para o fígado. Sendo assim, obedientemente adoecia, sentindo dores do lado esquerdo oposto ao fígado. Pois era muito impressionável e acreditava em tudo que existia e no que não existia também. Mas não sabia enfeitar a realidade. Para ela a realidade era demais para ser acreditada."
- LISPECTOR, Clarice - A Hora da Estrela.

Velocidade, velocidade, velocidade. Cada vez mais. Rápido!

E o parar se perde, em significância e em ser. Não se pára e, em não se parar, o parar deixa de ser e significar. Se em parar se está, parar rápido, é preciso a continuidade da velocidade. Parar rápido, não parando.

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E o parar? No parar, outrar-se em si mesmo, ser outro em si, ser fora de si – ver-se como um outro outro, não mais o si mesmo diário (construído pelo olhar do outro), mas um terceiro outro, que pára.

Paremos! Tragamos um outro outro a nós mesmos. Um outro outro que pára, que vê de outro ângulo. Outro outro que des e cons trói. Outro outro que re-significa.

Pare!

Maria Joaquina está em sua segunda edição.

Boa leitura!

 

 

 

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