5a. Edição – nov/dez 07

Olá, raros e caríssimos leitores!

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Onde andamos esse tempo todo? Que temos construído? Fugas e mais fugas para nossas aflições?

Expor minha ferida, como se o outro a lambe-la a cura trouxesse. Nem a lambida, nem nada. Apenas expor a ferida. Mas a ferida não é minha, não está em mim. A ferida está em nós. E nós a fizemos, a causamos. Minuciosamente, pequenos alfinetes a rasgar bem de-va-gar a carne dos pés. Ferro raspando lascas nos ossos. Minha ferida porque me dói, sim! Minha ferida que não está em mim. Minha ferida que está em nós. Nossa ferida minha!

"Não consegui chegar a ser coisa alguma, nem sequer mau; nem mau nem bom, nem canalha nem homem de bem, nem herói nem inseto."

- DOSTOIEVSKI, Fiódor - Notas do Subterrâneo

Meu doer é o que está em nossa ferida. Minha parte em nossa culpa, minha dor. Realmente dói a minha ferida? Reflete a nossa ferida.

Deixemos para lá e dancemos a música? Ao menos espalhamos nosso sangue pelo salão... Abraçados, dancemos as dores que musicamos.

Dancemos!

Maria Joaquina está em sua quinta edição

Boa leitura!

Textos

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