Procura-se um batom

Sofia Sad
edição 8

Quem haverá de me dizer o que há?
Quem fará por mim o que hoje não faço?
.Salvai-me
Quantos corações partidos, cristais quebrados... Quantos copos de vidro [colados] ao acaso abriga minha estante agora?
Pesada, viva e aterrorizante!
Os olhos não me falham, estou sempre a clamar qualquer cegueira.
A carga dura de sentimentos espessos e [i] maleáveis que tombo no peito dá às minhas vísceras esse tom de madrugada...
Eu e minha cor sem nome, eis um brilho falso.
Eis a madrugada e suas estrelas falsas. [Seu adorno]
Já não canto – Já não sonho
Quem na vida mais sonhou, tanto que se perdeu?
Quem cantou, cantou àvidamente quebrando num estridente agudo os próprios cristais e na vazão de uma madrugada colou copos com batom, tentando [em vão] se enganar?
[Quem na madrugada foi cristal quebrado e guardou-se... Para numa outra madrugada misturar-se ao batom...]
E quem fará por mim o que hoje não faço?
Ai de mim ser madrugada!

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