Pensamento de Plástico

Bruna Mitrano
edição 11

Gravou em dvd todas aquelas coisas que lhe povoavam o pensamento.

Anos mais tarde, assistiu; e riu, riu alto, riu de mais pura piedade. Quanto espaço de mídia desperdiçado com tolices – constatou. Incontáveis eram as verdades irreais, as vivências inventadas – por uma mente pouco submissa, não obstante sã – que agora ela via, de fora (posição nada cômoda), em slow motion. Seus melhores momentos provinham da mais sincera e meticulosa criação; isso não lhe causava espanto, mas uma euforia incontornável.

Os maiores prazeres estavam no não-experimentado.

Por alguns instantes, pesou em suas pálpebras o arrependimento. No entanto, ao mando do stop, a mais bela imagem surgiu na tela e, com isso – e por isso –, toda a contrição evaporou como água em ferro quente.

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