Monólogo de Plástico

Bruna Mitrano
edição 11

Houve um tempo em que as coisas pareciam mais leves – disse olhando para o fundo do copo, enquanto abria, com a colherinha de plástico, fendas (que cicatrizavam como areia ao toque do mar) no açúcar amarelado pela ausência do líquido preto e quente, que outrora sufocara, irremediavelmente, os vazios daquele universo descartável. Açúcar úmido no copo plástico.

Três segundos e meio depois, tudo escureceu em azul.
E os créditos subiram.

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